5.2.09

os poetas de blog

dizia-me hoje um amigo, que havia espreitado um blog e que logo que vira poesia (ou a tentativa de...) carregara logo na cruz e fizera-o desaparecer em dois instantes. concordei com ele, pois ultimamente tenho andado de um lado para o outro a ver e rever blogs alheios e são imensos aqueles que me fazem logo premir a cruz vermelha. vamos lá a ver. não é por eu querer e sonhar ser poeta, que sei escrever poesia. nem por eu querer e sonhar ser fotógrafo, que sei tirar fotografias. ou cantor, só porque até acho que tenho jeito. há pessoas mesmo sem jeito nenhum. e não vale a pena insistir. ou será que acham que a poesia é escrever umas frases sem pontos finais, a dizer barbaridades sobre o amor, que a saudade torna o céu cinzento, e que o beijo que me faz falta é como um lírio que não abriu num dia frio de novembro? não, a poesia não é isso. eu, que não sou poeta, sei-o bem. mas eu não quero ser poeta. já foi tempo em que me sentava sozinho na minha solidão - porque achava que os poetas eram seres fora do mundo e que tinham de estar sempre sozinhos - e com aqueles cadernos que os merceeiros usavam para apontar quem devia dinheiro, de capa grossa - porque é esta a imagem que o poeta tem, de andar sempre com um livro de apontamentos atrás - e olhando o fundo do nada, com os olhos desfocados, me lembrava da meia dúzia de palavras que achava que faziam sentido ligadas umas às outras. ou melhor, que menos faziam sentido, porque a poesia para mim, era mesmo isso. dizer coisas. tudo cá para fora. vomitar palavras..."tempo que esperas. nuvens de fogo que não ardem. olhos penetrando o vazio de ti"...blá blá blá. este tipo de coisas que não interessam a ninguém, muito menos a mim, mas que achava bonito. epá, sou bestial. até que nem é difícil, esta coisa de ser poeta! felizmente, um dia, olhei para aquilo e tomei noção que talvez fosse melhor dar a minha carreira como potencial poeta, por terminada! foi o melhor que fiz! a humanidade, ou aqueles que um dia olharam para aquelas palavras, agradecem! o que acho piada no meio disto tudo, é o facto de as pessoas não conseguirem ser nossas amigas o suficiente para nos dizerem: r., não tens mesmo jeito para esta coisa. a tua tentativa de poesia é realmente uma bosta. - porque continuam a dizer: r., como consegues chegar tão fundo? essa tua maneira de interpretar o mundo, a visão das coisas. das melhores coisas que li. é lindo! - mas é lindo o quê? ainda bem que nunca mais escrevi. agora vá meninos e meninas. revejam os vossos blogs, a vossa escrita, a vossa maneira banal e ridícula de ver as coisas e pensem. serei eu mesmo bom a escrever isto? se calhar saio-me melhor se me virar para a pintura de viaturas automóveis...quem sabe!

eu? eu só quero poder continuar a escrever barbaridades! tem uma certa...poesia!

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