20.2.09

a esquerda

ontem estava com uma dor estranha no pulso esquerdo. rodava-o, torcia-o e ele doía-me. hoje, já está melhor. não sei o que se passou, mas às vezes dá-me destas dores. lembrei-me então, num dos momentos em que me queixava do pulso, ai ai ai, das duas vezes que fracturei o pulso, o mesmo, o esquerdo.

uma, a correr para casa, para ver se um primo lá estava, esgalhando avenida abaixo, qual carlos lopes da velocidade, quando um carl lewis - ele sim, rápido - sem fazer pisca, me passa pelo lado esquero, não sem antes me dar um toque no pé que se precipita sobre o outro pé e me faz voar, vuuuuhhh e aterrar de tromba no chão, com o braço esquerdo a proteger! resultado? fractura no pulso! em pleno verão! três vivas! viva! viva! viva!

a segunda vez, e para não fugir ao assunto: família - passeava-me com a minha prima (irmã do meu primo da primeira história), de bicicleta feliz, contente e satisfeito quando olho subitamente para a minha mão esquerda e vejo pousado, a apanhar boleia, um grande gafanhoto verde! não tenho medo de gafanhotos, assim como de nenhum animal, mas não me tendo apercebido do que se tratava, a reacção manifestada pelo meu corpo de expulsar tal ser dali, fez com que não retirasse a mão do guiador, mas sim, fizesse um gesto veloz e brusco com o braço que, ao dobrar, fracturou-me o pulso! em pleno verão! três vivas! viva! viva! viva!

isto levou-me a outras histórias, no mínimo bizarras, que me aconteceram e acontecem, que me deixam a pensar.

lembro-me também de uma vez estar a preparar uma campanha da animal, já eram quase duas da madrugada, quando entusiasmado, mas ao mesmo tempo cansado, com um x-acto na mão, dividia folhas a4 em a5. aquilo é que era cortar...sempre a cortar! até que chegou o segundo em que, realmente tinha passado o x-acto, mas a folha continuava a4! não podia acreditar em tal coisa...eu sentira a ferramenta a fazer todo o circuito até ao fim! apercebi-me uns segundos mais tarde que sim, tinha realmente cortado, mas não as folhas, mas o dedo! parte do meu dedo, jazia sobre a mesa e eu, estupfacto, tentava arranjar solução. e qual foi a mais óbvia? tentar colar (???) a parte caída ao dedo anormal. não deu! levantei-me então e, decidi colocar o dedo debaixo de água fria (nunca se faz). até aí sem sangue, este começa a correr a alta velocidade! e eu, não contente, ainda começo a fazer exercício! ora flete as pernas, ora estica, flete, estica! resultado? o sangue não parava e eu cada vez mais fraco! solução seguinte? telefonar à minha mãe! não atendeu! o rafael que pensou então? cair, pois já andava aos tombos com a quebra de tensão, em frente à porta da vizinha e depois ela que se desenrascasse! mas a tarefa que parecia simples, tornou-se complicada. o corredor transformou-se num caminho sem fim, as paredes atravessavam-se à frente e eu via tudo a andar à roda...não desmaies, não desmaies...e não, não caí para o lado. o que não estava a contar, era que a única esquina do corredor se atravessasse à minha frente e me fracturasse a cabeça! lindo! 9 pontos no dedo e 4 na testa! três vivas! viva! viva! viva!

lembro-me ainda da mordidela que o cão da minha ex-namorada me deu, em pleno lábio à mesa da cozinha, que me arrancou parte deste, no lado esquerdo, e que me obrigou a ir para o porto dentro duma ambulância, a ser cozido por uma estagiária e a fazer uma operção plástica mais tarde, qual lili caneças, sem silicone! três vivas! viva! viva! viva!

recordo-me ainda doutros males menores, mas não terão lugar a destaque. a conclusão que chego no fim disto tudo, é que tenho uma queda para o lado esquerdo. tudo o que me aconteceu e acontece (fora a rachadela na cabeça) foi no lado esquerdo. tudo me dói do lado esquerdo. e por incrível que pareça, quando choro, só caem lágrimas do lado esquerdo! eu já sabia que era de esquerda, mas tanto, também não. é que não gosto de extremismos...mas a esquerda, é-me sempre mais marcante! faz com que as coisas mudem e evoluam, seja na política, na sociedade, nas ideologias ou mesmo, no corpo!

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todas as fotografias aqui editadas são da minha autoria. nenhuma destas imagens poderá ser utilizada sem o meu consentimento prévio.

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