18.3.09

dias a crescer

uma sugestão para um fim-de-semana diferente. em guimarães, no centro cultural vila flor, 2 dias abertos à comunidade onde decorrerão actividades várias, tudo gratuitamente! vai ser festa todo o dia! espreitem bem o programa em...

site

e apareçam, porque sem gente, esta festa não faz qualquer sentido!

12.3.09

dias felizes

há tanto tempo que não escrevo neste blog, que achei por bem esperar até ter uma boa notícia e ela aqui está: hoje foi o meu primeiro dia de praia! é verdade! 12 de março e o rafael a fazer praia! esteve um dia espectacular, senão mesmo espectacular! depois de uma voltinha de bicicleta de manhã, um banhinho bem tomado e um almoço pintarolas, foi altura de esticar a toalha na praia e estender-me ao sol até que o vento se fizesse frio! estes dias de sol estão a saber-me a bolo de chocolate (acho que já usei esta expressão uma vez, não?). amanhã vai ser dia de teatro: fragments, de peter brook em guimarães no ccvf. vai ser a minha primeira experiência como espectador nesta casa, já que aqui, sempre vi todos os espectáculos de lado! agora vai ser de frente e logo a acabar em beleza, com peter brook! no entanto, ainda de manhã, vamos ter uma reunião com uma empresa para ver se estão interessados em apoiar a nossa viagem! tomara que sim! acho que pela noitinha/madrugada, já teremos mais notícias! até lá...ansiedade!

5.3.09

eis-me em letras

já me havia divulgado em sons e em películas. chega agora o momento de me divulgar em letras! não tenho um estilo certo, como já se pode observar nos outros assuntos. leio com prazer e são alguns os autores que tento seguir mais atentamente do que outros. o que me interessa não é do que falam, mas como falam, como se exprimem e, claro está, a maneira como o fazem. leio uns porque lhes acho a escrita divertida. outros, porque a sua escrita me deixa a pensar. outros ainda, porque os descubro por acaso ou alguém em que confie - a nível literário - me aconselhe! não acho que já tenha lido todos os livros de algum deles. não posso dar a certeza. lapsos! os nomeados são:

italo calvino, de onde destaco o meu livro preferido - cidades invisíveis; josé saramago, desculpem-me aqueles que não gostam mesmo nada, mas este homem é um génio; patrick suskind, que admiro imenso e que sim, a única obra que ainda não li, foi o perfume; paul auster, de quem sigo também a obra cinematográfica; peter singer, claro está, ou não fosse este um dos meus "gurus" a nível do pensamento e discussão de problemas tão grandes como os direitos dos animais, das pessoas, a injustiça, a globalização, concluindo, a ética; gonçalo cadilhe, não pela maneira como escreve, já que nem o considero escritor, mas sim sobre o que escreve. as viagens são uma coisa que me fascina particularmente e o facto de um português viver disso e partilha-las com quem as quiser ler, agrada-me! gonçalo m. tavares, sem dúvida nenhuma o escritor português que vejo com mais futuro, mais inteligente na maneira como escreve e que o faz de uma maneira tão imensa, que o faz do teatro (que não gosto particularmente) à poesia, passando pelos livros para a infância e os romances. aconselho, sem dúvida alguma, os livros pretos, pela ordem de saída.

fora de todas as minhas escolhas, estão sem dúvida 3 nomes. dois deles porque acho os livros muito maus, que são a margarida rebelo pinto e o paulo coelho (se alguém conhecer uma lei que proiba as pessoas de editar livros, avisem-me) e outro porque, como dizia a editora da tinta da china, "não tenho paciência para o universo de araki murakami". tenho dito!

dias assim

com esta chuva, que pareceu voltar sem ter sido pedida por ninguém - pelo menos que eu tenha conhecimento - não me apetece fazer absolutamente nada. durmo até tarde, vagueio-me pela casa de chinelos e calças de pijama sem elástico, com uma camisola que, apesar do meu aspecto decadente, continua a mostrar os ideais pelos quais luto. almoço tarde um seitan delicioso acompanhado de arroz branco. escrevo. vejo televisão, coisa que raramente faço e que só mesmo o facto de não ter o que fazer, me faz ligá-la, como se de uma necessidade fosse. colo-me ao ecrã do computador e escrevo as minhas memórias das índias e imagino-me a publica-las daqui a uns tempos, para alguém que as queira ler...será que alguém as quer ler? é o que me resta do dia. rir-me com as mihas aventuras, com coisas que, julgava eu, já me havia esquecido. saio de casa porque me obrigo a tal. levo com vento na tromba. ponho gasóleo no carro. faço contas à vida. este mês esbanjei dinheiro sem fim. deu-me cabo do salário mensal e ainda só vou no dia 5. ainda para mais, fevereiro é o mês mais pequeno. recebe-se menos, há o carnaval e lembro-me agora que ainda não paguei as contas do mesmo a quem de direito. ligo-me à internet num café da zona, porque já não tenho internet em casa a toda a hora. contenções no orçamento! estou morto por voltar aos treinos de bicicleta (aqui) nesta viagem que me há-de levar ao mundo inteiro, assim o espero! este tempo sem fazer nada, dá-me ainda para pensar no futuro, coisa que raramente faço. já ando para aqui a remoer os cordelinhos com um futuro emprego que, só de pensar, me sabe a bolo de chocolate! e que bem que sabe! teatradas efermas? não! está ligado a viagens, claro está! mas o segredo, neste caso e só neste, é a alma do negócio! continua a chover...

25.2.09

o pior de sempre

comecei a entender isto do carnaval, esta coisa de sair à noite com os amigos, de beber uns copos, de nos rirmos, de cumprimentarmos quem não conhecemos, de falarmos pelos cotovelos, um pouco tarde. no entanto, desde que compreendi que esta festa, e cada vez mais, não sei se felizmente, em ovar, é de partir com tudo, sempre me diverti à grande e, usando o cliché, à francesa! o total bordel instalado. sem palavras.

este ano, e falo da segunda para terça, que tinha tudo para ser perfeito, pelo facto de estar pronto para fazer uma grande viagem e por isso estar feliz, o facto de estar de férias, de termos tido uma fantasia espectacular de avestruz, de a noite estar quente, de ter gente por todo o lado, risos, conversas trocadas, experiências...foi o pior de sempre. estou revoltado, triste, frustrado, na merda, apesar de já ter passado quase um dia, este misto de sentimentos não me sai da cabeça. apetece-me fazer um rewind e gozá-lo outra vez, mas desta vez, tendo mais respeito por mim.

estou irritado. tenho dito.

20.2.09

e depois do adeus...

amanhã, dia 21, será o meu último dia de trabalho em guimarães. hoje, além do normal trabalho que tive, vi-me obrigado a despedir-me das pessoas através de um e-mail colectivo (que coisa tão foleira). fugi da lamechice o mais que pude, mas mesmo assim, houve lágrimas que cairam e apertos no coração. foi dia, também, de arrumação. a minha secretária, será doutra pessoa. será? espero que sim, para bem do teatro, da equipa e da boa sanidade mental de todos. não acredito é que a pessoa que vier, consiga ser tão chata e falar tanto quanto eu! como me orgulho! mas como dizia, foi dia de arrumação. há muito que via em filmes, as pessoas levarem para o emprego um caixote de cartão, no seu último dia. lá, perante o olhar triste dos colegas, sempre numa filmagem cinzenta e com raios de sol - os últimos? - a entrarem pelas persianas há muito por lavar, entravam todas as memórias dos últimos anos. os papeis sem interesse, o agrafador, as canetas, os separadores, as fotografias da família sempre com molduras de cortar os pulsos na vertical. tudo, mas tudo cabia num caixote, num simples caixote de cartão. hoje, perante o olhar de um ou outro colega de trabalho, decidi fazer o mesmo. imaginei o realizador ao longe e peguei num caixote e comecei a enchê-lo de memórias. a diferença, prende-se só na falta das janelas no nosso gabinete, no cinzento - pois conseguimos manter aquele verde fosco e irritante das fluorescentes - na falta de fotografias de família dentro de molduras horribilis dictus e no simples facto de um caixote não ter servido para colocar tudo. ou seja, tive que pegar noutro, o que estragou este meu fascínio hollywoodesco de ser possível utilizar só um. aparte disso, tudo foi normal. chegada a hora, coloquei os caixotes no chão - diz a tradição que só se levam no último dia - lancei um até amanhã saudável para o ar e saí, aos pinotes, como sempre faço, salvo rara excepção! amanhã, pego às 14h30 e arreio às 24h - finalmente consegui utilizar estas duas expressões tão portuguesas num dos meus posts! e depois? depois, o carnaval far-me-á esquecer as últimas mágoas! que seja...

a esquerda

ontem estava com uma dor estranha no pulso esquerdo. rodava-o, torcia-o e ele doía-me. hoje, já está melhor. não sei o que se passou, mas às vezes dá-me destas dores. lembrei-me então, num dos momentos em que me queixava do pulso, ai ai ai, das duas vezes que fracturei o pulso, o mesmo, o esquerdo.

uma, a correr para casa, para ver se um primo lá estava, esgalhando avenida abaixo, qual carlos lopes da velocidade, quando um carl lewis - ele sim, rápido - sem fazer pisca, me passa pelo lado esquero, não sem antes me dar um toque no pé que se precipita sobre o outro pé e me faz voar, vuuuuhhh e aterrar de tromba no chão, com o braço esquerdo a proteger! resultado? fractura no pulso! em pleno verão! três vivas! viva! viva! viva!

a segunda vez, e para não fugir ao assunto: família - passeava-me com a minha prima (irmã do meu primo da primeira história), de bicicleta feliz, contente e satisfeito quando olho subitamente para a minha mão esquerda e vejo pousado, a apanhar boleia, um grande gafanhoto verde! não tenho medo de gafanhotos, assim como de nenhum animal, mas não me tendo apercebido do que se tratava, a reacção manifestada pelo meu corpo de expulsar tal ser dali, fez com que não retirasse a mão do guiador, mas sim, fizesse um gesto veloz e brusco com o braço que, ao dobrar, fracturou-me o pulso! em pleno verão! três vivas! viva! viva! viva!

isto levou-me a outras histórias, no mínimo bizarras, que me aconteceram e acontecem, que me deixam a pensar.

lembro-me também de uma vez estar a preparar uma campanha da animal, já eram quase duas da madrugada, quando entusiasmado, mas ao mesmo tempo cansado, com um x-acto na mão, dividia folhas a4 em a5. aquilo é que era cortar...sempre a cortar! até que chegou o segundo em que, realmente tinha passado o x-acto, mas a folha continuava a4! não podia acreditar em tal coisa...eu sentira a ferramenta a fazer todo o circuito até ao fim! apercebi-me uns segundos mais tarde que sim, tinha realmente cortado, mas não as folhas, mas o dedo! parte do meu dedo, jazia sobre a mesa e eu, estupfacto, tentava arranjar solução. e qual foi a mais óbvia? tentar colar (???) a parte caída ao dedo anormal. não deu! levantei-me então e, decidi colocar o dedo debaixo de água fria (nunca se faz). até aí sem sangue, este começa a correr a alta velocidade! e eu, não contente, ainda começo a fazer exercício! ora flete as pernas, ora estica, flete, estica! resultado? o sangue não parava e eu cada vez mais fraco! solução seguinte? telefonar à minha mãe! não atendeu! o rafael que pensou então? cair, pois já andava aos tombos com a quebra de tensão, em frente à porta da vizinha e depois ela que se desenrascasse! mas a tarefa que parecia simples, tornou-se complicada. o corredor transformou-se num caminho sem fim, as paredes atravessavam-se à frente e eu via tudo a andar à roda...não desmaies, não desmaies...e não, não caí para o lado. o que não estava a contar, era que a única esquina do corredor se atravessasse à minha frente e me fracturasse a cabeça! lindo! 9 pontos no dedo e 4 na testa! três vivas! viva! viva! viva!

lembro-me ainda da mordidela que o cão da minha ex-namorada me deu, em pleno lábio à mesa da cozinha, que me arrancou parte deste, no lado esquerdo, e que me obrigou a ir para o porto dentro duma ambulância, a ser cozido por uma estagiária e a fazer uma operção plástica mais tarde, qual lili caneças, sem silicone! três vivas! viva! viva! viva!

recordo-me ainda doutros males menores, mas não terão lugar a destaque. a conclusão que chego no fim disto tudo, é que tenho uma queda para o lado esquerdo. tudo o que me aconteceu e acontece (fora a rachadela na cabeça) foi no lado esquerdo. tudo me dói do lado esquerdo. e por incrível que pareça, quando choro, só caem lágrimas do lado esquerdo! eu já sabia que era de esquerda, mas tanto, também não. é que não gosto de extremismos...mas a esquerda, é-me sempre mais marcante! faz com que as coisas mudem e evoluam, seja na política, na sociedade, nas ideologias ou mesmo, no corpo!

16.2.09

blogs ao sol

aproveito estes dias de sol para me colar ao computador, com a luz pela frente, a percorrer a net em busca doutros blogs. cada um faz o seu, cada pessoa escolhe o seu tema, cada uma escreve o que quer, escolhe o formato, escolhe calar-se para sempre, ou escrever diariamente. percorro-os e são raros aqueles que aponto o dedo e grito bem alto (porque gritar é necessariamente alto)...

sim, tu és bom!

...e esses, leio-os duma ponta à outra, desde os arquivos mais infinitos ao presente! com um sorriso nos lábios...qual vouyer! gosto de saber-lhes o dia a dia, as intimidades, o silêncio. gosto até, em raros casos, de lhes oferecer prendas, não porque os conheço, mas porque o que escrevem, faz-me sentir bem! faz-me viajar até eles todos os dias, e conhecê-los melhor. faz-me ter a sensação de que, se os encontrasse por acaso um destes dias, conversaríamos numa mesa de café pela noite adentro, como se de longa data amigos fossemos! a esses, e porque hoje está um dia de sol tãobomtãobomtãobomtãobomtãobom (estou a plagiar um outro blog) dedico este post! que escrevam e me deixem espreitar-vos para todo o sempre!

fotografário
dias assim
hiperbólicamente falando
notas de bom comportamento
reticências e outros etceteras

...há outros, claro está, mas nestes, sou um pouco viciado, confesso!

12.2.09

resta-me escrever

hoje é dia único. dia 12 de fevereiro de 2009. às 12h recebi um telefonema onde me disseram: olha, tenho a impressão que entras de férias 2ª feira. - o quê? a próxima? - sim, a próxima. a advogada diz que tem de ser. - ok, não posso dizer nada. isto é como um jogador perante o treinador, se o mister diz que fico na bancada, eu respeito, apesar de poder não compreender.

e foi assim, o meu fim de manhã. não sei se triste. não sei se livre. não sei se desencontrado com a vida. com o mundo. comigo próprio. perdido. já sabia que não havia volta atrás. quando tomo uma decisão, em princípio será para sempre. mas quando nos apercebemos dela, ficamos por vezes petrificados. eu fico. esperava ir embora mais cedo que o fim de março, mas não tão cedo. não assim, sem ninguém para me substituir. não assim, em que desempenho um papel numa equipa, numa instituição que não é o intermarché e não estão, propriamente, a substituir um caixa. todos somos importantes cá dentro. e estou, sinceramente, preocupado. a equipa não está preparada para a minha saída. a instituição não tem consciência disso. é como querer ser-se vegetariano. tem de existir um período de adaptação. aos poucos. deixando-se isto, depois aquilo, até que aprendemos a viver doutra maneira. com o trabalho que desempenho, é a mesma coisa. sou o único cá dentro a fazer isso. e não vai haver tempo de adaptação a nada, a ninguém, com ninguém. estou perdido por causa disso e só por isso. a viagem, é uma coisa que desejo há anos e não estou arrependido. só espero que me compreendam.

não sei porque escrevo tanto sobre a minha vida. se calhar tenho necessidade de a partilhar, muitas vezes, porque não sei viver sozinho. se calhar, como dizia um amigo meu, é isto das modernices, fazer dos blogs o nosso diário, aberto a toda a gente. quem sabe? eu que nunca tive diário, sempre falei para o ar. agora escrevo-me. e sinto-me perdido.

8.2.09

cet petits riens

só para informar que decidi fazer um blog só de fotografias. há muito que andava com esta ideia na cabeça, mas tinha que fazer algum sentido e sair tal como imaginava. não cabia no caspa, pois era sobre divagações. não cabia no sobrerodas, porque era sobre a nossa viagem. não cabia no doisnumundo, porque era sobre nós. assim sendo, teve que se inventar um só para fotografias. não ficou tal e qual como queria, mas aos poucos e poucos...cliquem aqui!

5.2.09

os poetas de blog

dizia-me hoje um amigo, que havia espreitado um blog e que logo que vira poesia (ou a tentativa de...) carregara logo na cruz e fizera-o desaparecer em dois instantes. concordei com ele, pois ultimamente tenho andado de um lado para o outro a ver e rever blogs alheios e são imensos aqueles que me fazem logo premir a cruz vermelha. vamos lá a ver. não é por eu querer e sonhar ser poeta, que sei escrever poesia. nem por eu querer e sonhar ser fotógrafo, que sei tirar fotografias. ou cantor, só porque até acho que tenho jeito. há pessoas mesmo sem jeito nenhum. e não vale a pena insistir. ou será que acham que a poesia é escrever umas frases sem pontos finais, a dizer barbaridades sobre o amor, que a saudade torna o céu cinzento, e que o beijo que me faz falta é como um lírio que não abriu num dia frio de novembro? não, a poesia não é isso. eu, que não sou poeta, sei-o bem. mas eu não quero ser poeta. já foi tempo em que me sentava sozinho na minha solidão - porque achava que os poetas eram seres fora do mundo e que tinham de estar sempre sozinhos - e com aqueles cadernos que os merceeiros usavam para apontar quem devia dinheiro, de capa grossa - porque é esta a imagem que o poeta tem, de andar sempre com um livro de apontamentos atrás - e olhando o fundo do nada, com os olhos desfocados, me lembrava da meia dúzia de palavras que achava que faziam sentido ligadas umas às outras. ou melhor, que menos faziam sentido, porque a poesia para mim, era mesmo isso. dizer coisas. tudo cá para fora. vomitar palavras..."tempo que esperas. nuvens de fogo que não ardem. olhos penetrando o vazio de ti"...blá blá blá. este tipo de coisas que não interessam a ninguém, muito menos a mim, mas que achava bonito. epá, sou bestial. até que nem é difícil, esta coisa de ser poeta! felizmente, um dia, olhei para aquilo e tomei noção que talvez fosse melhor dar a minha carreira como potencial poeta, por terminada! foi o melhor que fiz! a humanidade, ou aqueles que um dia olharam para aquelas palavras, agradecem! o que acho piada no meio disto tudo, é o facto de as pessoas não conseguirem ser nossas amigas o suficiente para nos dizerem: r., não tens mesmo jeito para esta coisa. a tua tentativa de poesia é realmente uma bosta. - porque continuam a dizer: r., como consegues chegar tão fundo? essa tua maneira de interpretar o mundo, a visão das coisas. das melhores coisas que li. é lindo! - mas é lindo o quê? ainda bem que nunca mais escrevi. agora vá meninos e meninas. revejam os vossos blogs, a vossa escrita, a vossa maneira banal e ridícula de ver as coisas e pensem. serei eu mesmo bom a escrever isto? se calhar saio-me melhor se me virar para a pintura de viaturas automóveis...quem sabe!

eu? eu só quero poder continuar a escrever barbaridades! tem uma certa...poesia!

2.2.09

receita para um dia de sol

hoje está bom - ouço dizer na rua mal abro os olhos - e apesar de ser já tarde, salto da cama e para o sol, com os olhos ainda inchados! amanhã à tarde as temperaturas voltam a descer, os ventos fortes regressam, a neve acima dos 800 metros - ouço mais tarde. corro rua abaixo com os meus cães, viro a cara para cima e fecho os olhos. aproveito todos os raios que consigo receber. e não rodo sobre mim próprio, mas a vontade é imensa. apanho o resto da roupa que tenta secar há 3 dias e cozinho:

- num tabuleiro de ir ao forno, coloca-se 90 gramas de manteiga e deixa-se no forno até derreter;
- junta-se à manteiga 2 colheres de chá de cominhos moídos, 2 colheres de chá de coentros, 1 colher de chá de açafrão das índias, 1 malagueta pequena, um pouco de sementes de mostarda preta e 2 dentes de alho esmagados;
- mistura-se tudo para ficar um composto homogéneo. depois de colocado no forno e de ferver, mistura-se 8 batatas cortadas aos cubos e mistura-se no molho de modo a ficarem todas por igual e leva-se ao forno durante 25/30 minutos!

- à parte, corta-se tofu às fatias não muito finas e tempera-se com pimenta preta, só.
- numa frigideira, coloca-se um pouco de azeite e meia cebola e um tomate pequeno cortado aos bocadinhos. metade de um caldo de legumes (atenção, caldo de legumes sem frango...leiam os ingredientes). logo de seguida, põe-se o tofu e o lume no mínimo.
- depois de virar a primeira vez, corta-se tofu fumado aos cubinhos e deita-se por cima, deixando estar assim durante 10 minutos.
- quando se desliga, distribui-se um pouco de gengibre em pó por cima do tofu!

- serve-se quente...e bom!

ainda não almocei, mas cheira divinalmente! ouço anabela duarte e o excelente albúm machine lyrique, que acabou neste preciso momento. para não fugir ao estilo musical, coloco boris vian chante boris vian. o sol continua lá fora. a tempestade vem além, mas este dia é meu! hum...

troca de palavras

um estranho aproximou-se e perguntou-me se era meu costume passar por ali. ali, naquela rua. ali, àquela hora da noite. se era costume. se nunca vira uma mulher, uma maria ou cristina - não me recordo - a conversar, lá do cimo da varanda, com um homem, cá em baixo. um homem, o ex-marido, disse-me. era meu costume, sim, passar ali, não querendo dizer que fosse sempre a esta hora, mas que nunca reparara em tal mulher cristina ou maria, nem em nenhum ex-marido. que ela era mais velha, que era divorciada e que há dois anos que estavam juntos, mas que agora ela tinha voltado para casa da mãe, essa cristina ou maria e que ele sentia muito a falta dela, mas que desconfiava que o ex-marido andava por ali e que até lhe viu o carro e que correu atrás, mas que fugira. estivera preso e que só lhe apetecia entrar por ali dentro e estrangular a cristina ou maria, ou seria carla? que a mãe que era uma pobre coitada de cadeira de rodas lhe dissera para não pensar mais nela. que não o merecia. e eu dava-lhe razão, à mãe. mas que não aguentava o ciúme, a falta, a troca. que era homem. que ia subir à varanda. que ia matar a cristina ou maria, ou seria carla? não faças isso - pedi-lhe - estragas a vida. vais preso outra vez, mais uma vez. que ela não o merecia. eu nem o conhecia. e dela, nem sabia da existência. a casa pareceu-me sempre vazia. que não sabia o que fazer e que se fosse eu, o que faria. corria - disse-lhe - corria muito e cansava-me. assim, ao chegar a casa, caia e dormia e não pensava mais nela. na carla ou cristina, ou seria maria? que ia fazer o que lhe tinha dito, mas que reparasse bem, num destes dias, se a varanda não se ocupava de nenhuma mulher, o chão de nenhum ex-marido e o ar de nenhumas palavras de aproximação, conquista, paixão. e desapareceu, rua acima, num passo rápido, que não era de corrida. ser estranho. indecifrável. desbotado. o zé.

1.2.09

dia de sorte

já lá vai o tempo em que tinha a mania, antes de sair de casa fosse para o que fosse, de me afastar do alvo 3 metros e com apenas 3 tentativas, tentar acertar no meio mas, qual menino que apaga as velas mas antes pede um desejo, pensava numa coisa para mim que queria muito que acontecesse e quanto mais dardos acertasse no meio, mais possibilidade tinha de o pensamento se realizar. fazia-o para ter um dia bom. fazia-o para pedir sol. fazia-o para um espectáculo me correr bem. fazia-o para não me chatear. fazia-o para ser mais feliz. fazia-o para encontrar aquela pessoa. agora, que parti todos os dardos, resta-me o alvo e muitas vezes olho para ele com alguma nostalgia. o meu ditador da sorte, há muito encostado, pede-me uso. tenho andado com vontade de jogar o dia a dia outra vez. mas enquanto a minha preguiça não me permitir, deixo uma fotografia para não me esquecer do dia em que tive mais sorte, sem ter sequer pegado nos dardos. cheguei a casa, depois de um dia inteiro fora e eles estavam nesta posição, logo naquele dia, em que tinha pensado todo o dia na mesma coisa! o mais bizarro, é que nunca descobri quem jogou esse dia por mim.

31.1.09

outro dia igual ao outro

um sol envergonhado acordou-me e tenho a sensação que vem aí uma tempestade. saio da cama e deixo-a aberta, na esperança de mais alguém sair de lá. não desligo o esquentador. alguém se seguirá. compro pão a mais. faço o almoço em demasia, mas sento-me à mesa sozinho. assim como me sentarei hoje ao jantar. tenho o frigorífico cheio de coisas e muitas, sei-o, estragar-se-ão sem alguém que as coma. ouço a banda sonora do filme gadjo dilo e sinto-me estranho. decidi estar sozinho hoje. não quero que alguém se meta dentro de mim. mas tenho sempre a esperança que ouvirei bater à porta e trarei para dentro de casa, outra casa igual! não estou triste. apenas um pouco incomodado com os dias. com estes dias. alguém virá?

30.1.09

a perfect day

acordei às 9h20, quando pensava que tinha posto o despertador para exactamente uma hora atrás. o dia estava cinzento, desbutado que continuou até a luz desaparecer e os candeeiros ficarem amarelos. choveu até ao teatro. entrei tarde. na primeira coisa que fiz, dei com a parte de cima da cabeça na parte de cima duma entrada e ainda estou com dores de cabeça, além do alto enorme, claro. apanhei chuva até casa no almoço e chuva de regresso ao emprego. entreguei a carta de rescisão de contrato. faltava gente no palco para tudo o que era preciso. fazer óperas, é das piores coisas que existe. e chatas. a hora de sair era às 19, mas ficou adiada para as 21. apanhei chuva até ao carro, estacionado à porta de casa. fui comprar tofu, seitan, frutas e legumes. a minha alimentação, basicamente. gastei dinheiro. de volta a casa, o espaço do meu carro, tinha outra viatura. dei voltas e voltas. tinha a parte de baixo das calças e os ténis molhados. dei a volta com os meus cães à chuva. fui ver se as gatas da minha vizinha estavam bem. voltei a casa. pus os lençois da casa da tanya em beja a secar. a secar? comecei a fazer o jantar às 22. não estive com os meus convidados, um pai e filha belgas que estão cá em casa, porque já estavam a dormir. jantei. lá fora chove. nota-se o cinzento, apesar de escondido. aqueço o quarto. visto o pijama. os meus cães olham-me e acusam-me de ter passado pouco tempo com eles, hoje. a tanya está a jantar com uns amigos e há 3 horas e tal que não me diz nada. que bebida forte, que jogo viciante, que jantar divertido, que filme interessante, que serão importante estarão a ter para não me ligar nada? logo hoje, que o dia correu tão bem!

28.1.09

dia de aprendizagem

hoje, dia 28 de janeiro de 2008, foi dia de aprender. de deixar de ser ignorante num assunto mais. o facto da tanya ter vindo viver para beja, criou uma dúvida dentro de mim. a princípio um pouco em choque, aos poucos e depois de me ter dito - pesquisa - uma segunda vez, dei por mim a ler e reler sites na internet, vídeos e tentar ler mais sobre o assunto. chego a uma conclusão e é uma das razões porque prefiro não ter televisão em casa. já tinha chegado a essa ela há algum tempo, muito mesmo, mas isto só vem dar-lhe peso. os meios de comunicação deformam-nos a cabeça. fazem-nos acreditar no que eles querem e tiram-nos as opiniões possíveis. tiram-nos aquilo que de melhor temos, a liberdade para procurar saber mais, porque fazem-nos crer que tudo está ali, transparente. não está. e se já tinha chegado a essa conclusão quando falam dos vegetarianos, defensores do meio ambiente e dos direitos dos animais e sociais, fazendo-nos passar por vândalos. se já tinha chegado a essa conclusão, quando vejo desfiles de orgulho gay, em que no meio de milhares de pessoas ditas normais (gays homens ou mulheres, travestis, transexuais e apoiantes da causa) a única coisa que a televisão mostra, é aquela dúzia de bichas loucas que são, para o comum mortal, a imagem deste movimento. se já tinha chegado a essa conclusão quando falam de ataques de cães ditos perigosos a pessoas, e nunca pesquisam e mostram o porquê desses cães serem assim. então esta última é, também ela, escandalosa. senti-me enganado durante anos e não espero com este post repôr a verdade, mas sim tentar abrir a curiosidade e depois, cada um tirará as suas conclusões. como eu fiz. e esta é o assunto que me traz aqui hoje e a que dei o nome de: dia de aprendizagem!

o movimento skinhead é, para a maior parte do comum mortal, como eu (até há uns dias atrás) um movimento violento, que assenta os seus ideais em causas racistas, xenófobas e fascistas. no entanto, depois de alguma pesquisa, cheguei à conclusão que este movimento é tudo, menos racista, xenófobo, violento e fascista! depois de muito ler, como já tinha dito atrás, dei comigo sentado a ver um documentário que se dá pelo nome de "
skinhead attitude" realizado por daniel schweizer. neste filme, a certa altura o vocalista de uma banda diz: "se és racista, então não podes ser skinhead, porque os skinheads nunca existiriam, sem a jamaica". e é esta a frase que muda tudo. este movimento nasceu nos anos 60 em inglaterra, com base na música reggae e ska. este sim, é o verdadeiro skinhead! o skinhead que os meios de comunicação passam, é um movimento que nasce em meados dos anos 70 com causas racistas, sobretudo anti-paquistanesa, assentes na música punk e que se alastrou pelo mundo, estragando assim a imagem tradicional do movimento original. com este aparecimento, surge também a violência dos falsos skinheads contra o movimento original que, com base na música ska e reggae possui, claro está, skinheads de raça negra. surgem então grupos de defesa dos skinheads anti-racistas e anti-fascistas, como é o caso da sharp. é interessante ver, como aliás em diversos outros assuntos, a diferença de atitude entre o "falso" e o "verdadeiro". entre o que é "puro" e o que é "arraçado".

o que espero com isto, não é mudar a cabeça das pessoas, mas sim combater preconceitos. lutar contra a falta de interesse e a rendição completa aos meios de comunicação. porque ser ignorante, não é mau. o que é mau, é ser-se ignorante e não querer aprender. depois deste dia, o de aprendizagem, sinto-me mais...melhor...bom! diferente, enfim.

27.1.09

acho que sim

ando nisto há anos, neste pensamento. nesta ideia de liberdade. nesta discussão interna. a discussão do acho. não são duas nem três vezes por dia, que ouço alguém dizer: (tem sempre que começar por um ai) ai, eu acho que...eu acho que aquele...eu acho que deveria...eu acho... - e eu questiono-me. o que é isto do eu acho? nada é feito, sem que alguém ache alguma coisa. o ser humano não é capaz de acatar, por si só. tem de achar. tem sempre de dar a sua opinião. sempre. nada está como deveria estar. nada é como deveria ser. ai, eu acho que não está bem. ai, eu acho que ele deveria mudar. olhem, eu acho que as pessoas só acham, porque não têm que pagar. senão, não achavam merda nenhuma! se quando a boca abrisse para pronunciar um "ai, eu acho", um cobrador de opiniões estivesse presente e dissesse: para achar sobre isso, tem que pagar 2 euros. 2 euros? deixe estar, está perfeito! e outro, quase ao mesmo tempo: "ai, acho que..." - vai achar sobre quê? - sobre a vida. ai sim? mas achar sobre a vida, é uma coisa que, além de vaga, é cara. só para achar sobre isso, tem de pagar, no mínimo 7,5€! essa quantia para achar sobre a vida? deixe, acho que a vida é linda! e assim, caros seguidores, tudo seria mais perfeito, mais optimista! eu que escrevo e acho, porque ainda não tenho de pagar, acho que o mundo seria muito melhor se ninguém achasse nada! tudo estaria sempre bem! não haveria cá tretas de pessoal a dar para trás. é que o maior problema, nem é o achar, é o ai, que se continua a insistir em colocar antes de qualquer opinião. se abandonássemos essa tão longa tradição portuguesa de colocar ais por trás de tudo, acreditem, seriamos bem mais felizes! eu acho que sim!

26.1.09

o medo

estou em beja. sentado na cama. o aquecedor a óleo aquece o pouco espaço que há. tenho os pés frios. decidi arrumar o quarto à tanya, que é uma menina muito prendada, mas às vezes falta-lhe jeito para decoração! os livros que tinha sobre a cómoda, coloquei-os ao alto. os livros querem-se erguidos, não deitados. um livro deitado, é um livro que não interessa, um livro morto. um paulo coelho ou uma margarida rebelo pinto, é um tipo de livro que, a ter, deve estar deitado. agora livros de peter singer ou gonçalo m. tavares, são livros que têm que estar levantados do chão! quando colocava os livros, no entanto, dei por mim com "o medo" de al berto. um livro que, mais do que estar levantado, erguido, mais do que grande e forte, é um livro único e por isso, tem de estar destacado. e foi neste destaque que lhe quis dar, que o problema surgiu. destacá-lo, é colocá-lo com as páginas viradas contra a parede e a capa virada para fora. acontece que destacando-o desta maneira, ele servirá para segurar os outros livros, para que estes não caiam, já que além de tudo o que este livro é, tem também muitas páginas. al berto a segurar os outros, não era al berto único, como só ele deve ser. al berto a segurar os outros, é um livro que não deixa cair. colocá-lo, porém, por cima dos que estão na horizontal, é atribuir-lhe um espaço que só os desinteressantes merecem. fico bloqueado por momentos. não é desespero, mas preocupação. estas coisas que, para grande parte das pessoas são questões sem importância, levam-me tempo a decidir. ponderação. nunca colocaria um livro numa casa de banho. na cozinha, só os que lhe são dedicados. perto do quarto, peças de teatro e pequenas histórias. na sala, dum lado arte, do outro romance, nunca os dois juntos. na entrada, coisas ligadas à fotografia. no quarto dos convidados, os livros de viagens, porque é neste quarto que vejo chegar e vejo partir pessoas de todo o mundo. mas al berto, no quarto da tanya, onde podera repousar? sozinho, talvez. sozinho como sempre esteve. isolado. dentro do seu próprio mundo. marginal. é lá que vai ficar, onde terá todo o destaque que acho que merece. onde o possamos olhar e admirar. ali!

18.1.09

no life at all

domingo. este sim, tem nome de domingo. o quase verdadeiro. quase, porque não fiquei com o pijama vestido, pois tive de dar a volta com os cães. como me levantei do nhonhó, e saí à rua, tive obrigatoriamente de tomar banho, o que vem impossibilitar o verdadeiro domingo. não conzinhei! tomei um pequeno almoço às 15h30, o que me agradou! não vi televisão, claro, recuso-me a fazê-lo em casa há pelo menos 8 anos. ela está lá, mas sem a antena. só o dvd. como diz o iggy pop na banda sonora de arizona dream "tv screen makes you feel small. no life at all". arrumei algumas tralhas que estavam por aqui perdidas, que também faz parte, mas não aspirei a casa, limpei o pó ou dobrei meias. liguei o aquecedor a gás. acabou o gás. tirei a botija do esquentador e troquei. quentinho. domingo quentinho! uso a sala. raramente o faço. adoro cozinhas! peguei no computador e falei com a tanya. adorei "falar" com ela! ouço a chuva a cair lá fora e só o facto do sporting jogar e dar na televisão (não tenho antena) e não querer que os meus cães se urinem contra as paredes, me pode fazer sair de casa. vai estar frio lá fora. está. daqui a nada vou jantar. cozinhar! coisa que adoro fazer e faz parte, claro está, do domingo! depois tenho de tomar uma grande decisão: ou vou ao cineclube à pala ver um filme dos irmãos cohen, ou vou para a cama às nove da noite, ler e estarrecer, à espera que as costas me comecem a doer de tanto tempo deitado. dormir doze horas e acordar remelado. abrir a boca, sentir um bafo no ar, misto de frio e mau hálito e pensar...hoje só trabalho à tarde! virar-me para o outro lado e pensar que quero que continue a ser domingo!

acordar tarde! aquecedor! futebol! estarrecer! - não me sentia domingueiro há já muito tempo! e não adoro, mas hoje é domingo e, claro está, não há nada para fazer.

16.1.09

15 de janeiro

um dia normal.

deitei-me tarde e a más horas (adoro a expressão, embora não compreenda o que são más horas). dormi pouco e mal. acordei tarde. muito tarde. cheguei duas horas atrasado ao teatro, coisa que nunca havia acontecido. foi descontado (será?) uma hora e meia de trabalho do meu ordenado. fui a pé, quando geralmente utilizo a bicicleta. depois de tantos dias de sol e neve, frio e vento, choveu. detesto chuva. estavam cinzentas, as pessoas. o céu sem cor estava cinzento. não tomei o pequeno almoço. comi um doce dos açores pelo caminho, com manteiga de soja. fiz a tabela de fevereiro. estava frio no palco. está sempre. almocei fora. discuti o horário semanal. comi bolo porque alguém fazia anos. não bebi champanhe. destesto. despedi-me do emprego. falei com pessoas sobre isso, porque como humano, sinto sempre uma necessidade imensa de me justificar seja a quem for, seja que decisão. era noite quando saí. tem sido sempre noite nestes últimos tempos, quando saio. frio. outra conversa séria me esperava. esta bem mais séria. fiquei triste, sem saber o que fazer, o que dizer. voltei a casa tarde. triste. peguei nos meus filhotes e atirei-me à rua fria, onde caminhei até conseguir enviar um total de vinte e três mensagens para a mesma pessoa. triste. de volta ao meu lar, cozinhei. era tarde. frio. triste. jantei. li mails. respondi a mensagens. escrevi mensagens. respondi. enviei. respondi. li. enviei. respondi. triste. volto à rua. preciso de frio. de escuro. o céu já não tem cor. a minha namorada pintou os olhos - contou-me. dir-se-ia que vai sair. já viu o mesmo espectáculo 3 vezes e não se cansa. no entanto acredito que desta vez, foi a que menos lhe custou. quem espera... deito-me com a sensação de não ter cumprido a minha missão diária. pensar em mim. espero adormecer rápido. calmo. ouço a banda sonora do filme exils. espero esquecer que o dia de hoje, foi.

salvo raras excepções, foi um dia normal!

6.1.09

eis-me em películas

breaking the waves - lars von trier; dogville - lars von trier; la grande bouffe - marco ferreri; the others - alejandro aménabar; in the mood for love - wong kar-wai; gadjo dilo - tony gatlif; exils - tony gatlif; lost in translation - sofia coppola; brutti, sporchi e cattivi - ettore scola; underground - emir kusturika; head on - fatih akin; before sunrise - richard linklater; before sunset - richard linklater; big fish - tim burton; paris, texas - wim wenders; blanc - Krzysztof Kieslowski

eis-me em filmes! acrescento à medida do que a minha memória permite! estes, por enquanto.

eis-me em sons

serge gainsbourg, múm, susanna and the magical orchestra, jane birkin, the divine comedy, au revoir simone, joan as a police woman, micah p. hinson, olivia ruiz, wax taylor, três tristes tigres, antony and the jonhsons, jay-jay johanson, lhasa de sela, camille, ms john soda, feist, beirut, dani siciliano, tom waits, emiliana torrini, jeanne cherhal

eis-me em música. o que faltar aqui, só a razão de não me lembrar o pode justificar. mais nada admito. eis-me aqui. nudez musical. eis-me!

5.1.09

dilatações cerebrais

ando com um vazio oco que não me deixa raciocinar. oco...co...co...co...não sei se é ressonância ou eco...co...co...co...sei é que não me deixa raciocinar. vou de casa para o trabalho. do trabalho para casa. volta com os cães. faço sopa. tens de comer nabo, abóbora e chuchu...chu...chu...chu. faz bem à saude e como és vegetariano, complementa umas cenas quaisquer que não te vais lembrar daqui a 10 minutos, mas fixam-se lá, onde são mais precisas. teclo um bocado. está um frio de rachar. a minha casa está rachada pelo frio. e racha-me...me...me...me. como sopa. chuchu! tiro pêlos do chuchu da boca, porque não o depilei antes de entrar na panela. detesto pêlos, ainda mais no chuchu. são pêlos verdes. a minha cadela olha para mim com um olhar que me dá a impressão que foi separada à nascença da irmã lúcia, so lhe faltando mesmo os óculos. mete dó. o cão não, é homem, não me olha com olhos de joaquim, preferindo no entanto deitar-se frente ao aquecedor de 400w que faço questão de ligar, convencendo-me a cada vez que o ligo, de que a cozinha fica mais quente. não utilizo a sala. quando tiver uma casa - adoro dizer isto, faz-me crer que vou crescer - faço duas cozinhas. imagino o que estará neste momento a fazer a tanya a 550km de distância..ância...ância...ância. arrumo a cozinha - dir-me-ia se falasse comigo - ou arrumo os chás, o esparguete e os arrozes - talvez. olho para uma laranja e apetece-me comê-la, mas a única coisa que faço é coçar o nariz e lembrar-me que amanhã vou dar a volta com os cães, vai estar um frio de rachar e logo depois e durante o frio ainda, vou trabalhar. o telemóvel acabou de carregar. um apito ouviu-se...se...se...se. é ele, o telemóvel carregado. estivesse eu nas canárias, andaria de calções. como invejo o saramago. a tostar, o saramago. a escrever, o saramago. a ser traduzido, o saramago. a ir-se, o saramago. nas canárias também se morre, mesmo que de calções. o saramago! laranjas. saramago. trabalho. casa. cães. sopa. as cortinas da cozinha que ainda não foram penduradas. estou ansioso por me ir embora. assim já não tenho que arrumar a casa. nem esta me vai rachar. e ainda por cima, talvez veja o saramago. de calções. calor. a máquina que voa...voa...voa...voa...

aviso

todas as fotografias aqui editadas são da minha autoria. nenhuma destas imagens poderá ser utilizada sem o meu consentimento prévio.

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