18.12.08

o informador

confrontei-me outro dia com uma situação que já vinha a reparar e a analisar há uns anos. não sei se já repararam alguma vez naquelas pessoas que se entregam à arte do bem informar, sejam direcções, sejam pessoas, hotéis, restaurantes...ele há tanta coisa para informar, e ao facto destes, muitas vezes, serem abordados por pessoas estrangeiras. tudo possível, até ao momento em que estes, os informadores, reparam que será complicado comunicar, já que não parlam nada de...estrangeiro, essa língua tão incompreensível. aí, nesse preciso momento, para quem está a assistir de longe, torna-se hilariante! para o que vem perguntar, um embaraço. para quem informa, um desafio! e então o tom de voz começa a aumentar, cada vez mais, até chegar ao grito! é que estas pessoas, são como aquele senhor que viajou até aos estados unidos e, ao entrar num táxi, falando muito lentamente português diz: le ve me à quin ta a ve ni da. pelo que o senhor do táxi responde: es tá com pre ssa? e ele diz: não. mas di ga me. o se nhor fa la por tu guês? e o taxista responde: sim! - ao que o homem responde: en tão pa ra que é que es ta mos aqui a fa lar a me ri ca no? a mesma situação se passa com o informador, qual comando sem pilhas que premimos com força, como se isso mudasse de canal. o informador fala alto, aos berros! apanhei outro dia uma situação destas na rua e o meia idade francês - sim, era francês - teve o azar de questionar um senhor de outra meia idade (sim, porque os de meia idade nunca perguntam a jovens, pois acham que nunca sabem nada) onde era uma pousada onde desejava ficar. o informador, reparando que nada percebia de estrangeiro, começa a falar tão alto, que toda a gente num raio de 100 metros, olhava para os dois. era o homem, a plenos pulmões, a indicar em português, ao meia idade francês, onde ficava o sítio que este queria. o francês nada percebia. o português nada falava. o problema destes senhores, é que rondam a rua em busca de pessoas desinformadas, assim como os engraxa esquinas (um ser que falarei noutro post) e que, quando encontram um, a vítima passa a saber não só onde fica o sítio que perguntou, mas também há quanto tempo este sítio existe, a sua história, quantas vezes é que o informador lá foi com a família, bem como outros espaços que, percebendo a ligação que poderão ter ao sítio questionado, o meia idade informa que, também, será necessário visitar! lindo! no fim, o francês dá meia volta dizendo obrigado, com um esforço enorme, pois só sabe dizer isso e bacalau, além das dificuldades em perceber em que situação deve aplicar qual, mete-se no carro e vai à sua vida, parando, quem sabe, 100 metros mais à frente onde outro meia idade gritará! o informador, esse, limpará o suor, gabar-se-á nos próximos 245 minutos de ter falado estrangeiro e rondará as praças principais, à espera que outra vítima apareça ou então, que um engraxa esquinas o convide para o seu canto! enfim...

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