18.11.08

os concertos

os concertos, são parte integrante do meu emprego. as montagens, o soundcheck, o ensaio, a preparação do palco, o concerto em si e, claro está, a desmontagem. tudo muito bem! no entanto, há duas coisas que abolia dos concertos: os solos e os encores. passo a explicar porquê. os artistas entram, tocam meia dúzia de músicas, apresentam a banda - até aí tudo normal - e às tantas, vindo não sei de onde, eis que dá na cabeça de todos fazer um solo. ah mestre, tu é que tocas. é vê-los a olhar todos para o destaque, a abanar a cabeça para cima e para baixo, um sim sim sim repetitivo, a fechar os olhos como se o solo protagonizado fosse uma inspiração repentina e de pura categoria e qualidade, não repetido dezenas de vezes e, sem os prórprios artistas contarem, a tirar do público uma ovação descomunal, como quem diz: opá, foi a melhor cena que ouvi até hoje, tás a ver?! não aguento. não sou obrigado a ouvir, mas não tenho outro remédio. serão os 15 minutos de fama? não sei e duvido que sejam. a mim, não me convencem. joguem em equipa, vá, deixem-se de merdas. apesar disto, o concerto não pode terminar sem o encore. ah, o/s encore/s! nada programado, claro está. nada! acabam a que dizem ser a última música, o público bate palmas e os artistas, em bastidores, lembram-se à última da hora: epá, o que vamos tocar agora? só se for aquela que não tinhamos pensado tocar, mas que já faz parte do alinhamento inicial, assim como aquelas outras 3, para o caso dos gajos continuarem a pedir! e o espectáculo continua. sem razão de ser! quem é que ainda acredita que só voltam porque o público pede? vá lá, idealizem uma coisa com princípio, meio e fim e pronto. acabou, acabou, não há cá encores. imaginem o que era chegar ao fim dum espectáculo de dança ou de teatro e o público continuar a bater palmas e os artistas entrarem para dançar só mais 5 minutos ou repetir umas deixas do meio do texto? dá para imaginar? acho que seria, no mínimo, caricato! atinem!

aviso

todas as fotografias aqui editadas são da minha autoria. nenhuma destas imagens poderá ser utilizada sem o meu consentimento prévio.

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