18.11.08

sabino rui

o puto nunca mais nasce. andou a tentar a sorte há uns meses atrás. esticava-se, punha a unha do pé cá fora e alguém o empurrava para dentro. oh maior, ainda não é altura. vá, encolhe-te lá dentro, quietinho e engorda mais um bocado. agora, querem que meta as vinte unhas cá para fora e o puto não sai. vingança? vamos pensar que não. o que é certo, é que nem as caminhadas resolvem o assunto. o que penso neste momento, é: ai o careca do pai e a embolada da mãe. ali, ansiosos, é agora...agora não é. e lá dentro o puto vai ficando mais uns dias, encarquilhado, a crescer, sujeito a rebentar tudo à sua passagem, qual furacão katrino...as águas que se rebentam, o dique que não consegue aguentar e ploc, tudo à frente. ai ai ai...que o curso de parto de nada me serviu. o careca a cair para o lado. a embolada que já não o é, aos gritos e o puto a tentar sair pelo buraco da agulha! puuuxe...puuuxe...como se fosse a coisa mais fácil do mundo! ai que não tenho forças...que ele ficou tempo demais. e agora? agora - dizem - puuuxe...puuuxe! e lá de dentro, por entre repuxos e um sem número de elementos corporais inimagináveis, o puto nasce! chora que se farta. com as unhas grandes, o cabelo a acompanhar, com o pirilau no ar...ai rapaz, que quando chegares a casa, vais vê-las!

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todas as fotografias aqui editadas são da minha autoria. nenhuma destas imagens poderá ser utilizada sem o meu consentimento prévio.

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