10.11.08

um erro aberrante

num livro que li na viagem que fiz à índia, e que está neste momento à minha frente e por isso falo sobre isso, lembro-me que o autor diz logo no ínicio uma coisa que me deixa a pensar que, um livro que até é engraçado, pode perder logo a piada toda no princípio, só por causa de meia dúzia de palavras que, se o escritor pensasse bem, nunca as pronunciaria...em papel. trata-se de "a vida de pi" e conta a história duma viagem da índia até ao canadá, em que depois de acontecerem várias coisas que aqui não vou contar, o pi se vê dentro dum barco, juntamente com alguns animais. quem sobrevive? porquê? como? no entanto, não foi isso que me trouxe a este monitor. o que me trouxe, é uma ideia que o escritor quer passar, quando coloca o responsável do jardim zoológico a falar dos animais dentro da jaula. não vou transcrever o que diz no livro, mas o que escreve é mais ou menos isto: os animais gostam de estar no jardim zoológico. sabe porquê - pergunta ele a uma outra personagem - porque estão em segurança, têm comida, têm protecção contra as intempéries, etc. (não me lembro muito mais, mas aberração por aberração, esta chega). quer então o autor convencer de que os animais estão...bem? num jardim zoológico? por terem estas...mordomias e não gostarem de ser incomodados? ou estava completamente drogado quando escreveu o que escreveu, ou então não é senhor de si! partamos desta lógica e coloquemos o animal humano nesta posição. eu adoro estar num hotel de 5 estrelas! tenho ar condicionado, televisão, banho quente, uma boa cama, serviço de quartos, conforto! mas ponham-me dentro do melhor hotel de 5 estrelas do mundo e digam-me: ok, agora vais ficar dentro deste quarto toda a vida. é super confortável, não é? não vais poder ver a tua família, não vais poder sair mais daqui, mas é confortável! estás em segurança, tens comida, protecção contra as intempéries! e então? a minha liberdade? porque fui posto aqui? eu não quero. não terei eu direitos? porque me prendem dentro desta "jaula" se nenhum crime cometi? a questão é tão simples quanto esta. se, como o autor tenta convencer as pessoas, todos os animais se sentissem bem assim, as pessoas nos campos de refugiados, nunca mais quereriam sair de lá. têm tudo! menos o mais importante da vida. não é a liberdade. é serem livres!

aviso

todas as fotografias aqui editadas são da minha autoria. nenhuma destas imagens poderá ser utilizada sem o meu consentimento prévio.

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